Departamento de Atenção à Saúde em Hemoterapia

O sangue doado é processado pelo setor de Fracionamento, onde são produzidos os hemocomponentes e após os testes sorológicos e imuno-hematologicos, esses hemocomponentes são liberados e distribuídos aos hospitais de Marília e Região e são utilizados em transfusões conforme a necessidade dos pacientes.

Setor de Captação de Doadores: As ações de incentivo à doação são realizadas através da captação de doadores voluntários espontâneos e não direcionados, ou seja, motivados pelo altruísmo e sem expectativas de ganhos diretos ou indiretos a partir da doação.

As Agências Transfusionais atendem as necessidades de transfusões de hemocomponentes, hemoderivados e reservas cirúrgicas realizadas em todo o âmbito hospitalar, dando suporte hemoterápico integral para as áreas ambulatoriais, clínicas e cirúrgicas, contando com protocolos hemoterápicos específicos.
Disponibiliza hemocomponentes para os serviços da área de abrangência, principalmente em horários noturnos e fins de semana, onde o setor responsável pela distribuição de hemocomponentes no Hemocentro encontra-se fechado.

Imuno-hematologia: É o estudo de grupos sanguíneos através de reações imunológicas entre antígenos de grupos sanguíneos e anticorpos, junto com seu significado clinico.
Antígenos eritrocitários: São estruturas presentes na membrana das hemácias as quais são herdadas geneticamente dos pais e determinam os diversos grupos sanguíneos existentes.
Anticorpos: São proteínas responsáveis pela defesa imunológica do organismo (defendem o organismo contra corpos estranhos)

Imuno-hematologia contempla:
– Laboratório de Imuno-hematologia de receptores, onde são realizados os exames pré-transfusionais de pacientes que necessitam de transfusões de hemocomponentes (testes de determinação sanguínea, pesquisa de anticorpos irregulares e provas de
compatibilidade), exames imuno-hematológicos complementares em casos de pacientes aloimunizados, encaminhados pela região de abrangência do Hemocentro do HCFAMEMA e exames de Hemobiologia Perinatal de gestantes e recém-nascidos.
– Laboratório de Imuno-hematologia de doadores de sangue, onde são realizados exames de qualificação dos doadores de sangue atendidos no Hemocentro do HCFAMEMA.
Com uma equipe de profissionais qualificados, formada por Biomédicos, junto com a utilização de equipamentos e metodologias de última geração, o laboratório de Imuno-hematologia vem conquistando certificados de Qualidade, promovidos pela Associação
Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular.

Abaixo iremos relacionar alguns dos testes realizados no setor de Imuno-hematologia, demonstrando seus princípios e finalidade:

1 – Determinação Sanguínea ABO: A importante descoberta de que as hemácias humanas pertenciam a diferentes grupos sanguíneos foi realizada por Landsteiner em 1900, que identificou o sistema ABO. Este sistema foi então dividido em quatro grupos sanguíneos: A, B, AB e O; onde os indivíduos classificados como:
“A” possuem antígenos A nas hemácias e anticorpos contra B no plasma.
“B” possuem antígenos B nas hemácias e anticorpos contra A no plasma.
“AB” possuem antígenos A e B nas hemácias e não possuem anticorpos no plasma.
“O” não possuem antígenos nas hemácias e possuem anticorpos contra A e B no plasma. Para a determinação do tipo sanguíneo utilizamos a pesquisa dos antígenos nas hemácias (tipagem Direta), e para a confirmação destes mesmos grupos sanguíneos realizamos a tipagem Reversa, onde detectaremos os seus respectivos anticorpos.

Na tabela a seguir poderemos observar a relação existente entre antígenos eritrocitários e anticorpos correspondentes nos respectivos grupos sanguíneos.

2 – Determinação do fator Rh: O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener. A partir daí foram descobertos aproximadamente 50 ou mais antígenos diferentes no sistema Rh, porém na prática procura-se determinar a presença ou
ausência de um deles, especificamente o antígeno D. A presença do antígeno “D” irá caracterizar o indivíduo como Rh Positivo e sua ausência como Rh Negativo.

Na figura abaixo iremos demonstrar um teste de classificação sanguínea:

3 – Teste da Antiglobulina Direto (Coombs Direto): A principal finalidade deste teste é a detecção de hemácias revestidas de anticorpos, ou seja, hemácias sensibilizadas “in vivo”. Ë muito utilizado na investigação de reações transfusionais, no diagnóstico de
doença hemolítica do feto ou recém-nascido e de anemias hemolíticas auto-imunes.

4 – Pesquisa de Anticorpos Irregulares (Coombs Indireto): Teste onde iremos determinar ausência ou a presença de anticorpos livres no soro ou plasma de doadores e/ou pacientes. A Pesquisa de Anticorpos Irregulares Positiva é indicativo da presença de anticorpo irregular no plasma do paciente ou do doador de sangue, através do exame de Identificação de Anticorpos Irregulares (I.A.I.), onde iremos determinar contra qual antígeno do grupo sanguíneo o anticorpo é voltado.

5 – Prova de Compatibilidade: A prova de compatibilidade pré-transfusional, também denominadas de “prova cruzada”, é realizada com o intuito de confirmar se o sangue a ser transfundido é realmente compatível com o do receptor. Deve-se observar rigorosamente a tipagem ABO, visto que a maioria dos acidentes transfusionais graves ocorrem por este tipo de incompatibilidade.

Abaixo iremos demonstrar um esquema que pode ser utilizado nas transfusões de concentrado de hemácias.

6 – Fenotipagem Eritrocitária: Com o aumento na demanda transfusional devido a avanços da Medicina em tratamentos de varias patologias e com a presença de atual de 45 Sistemas e 360 antígenos de grupos Sanguíneos, serviços de Hemoterapia vem
desenvolvendo estratégias para diminuir a formação de anticorpos irregulares (aloimunização) em pacientes que estão em esquema de transfusão crônica.
Uma estratégia é a utilização de sangue compatível e fenotipado para os antígenos de grupos sanguíneos mais imunogênicos (Rh, Kell, Duffy, Kidd e MNS) em pacientes que estão ou poderão estar em esquema der transfusões crônicas.
Para suprir a necessidade da demanda de sangue fenotipado o laboratório de Imuno-hematologia do Hemocentro do HCFAMEMA referência na fenotipagem estendida para os sistemas Rh, Kell, Duffy, Kidd e MNS de um grupo específico de doadores de
sangue conforme protocolo pré-estabelecido.

Segundo as normas (Ministério da Saúde e Anvisa) que definem os regulamentos técnicos de procedimentos hemoterápicos, todo serviço de hemoterapia que processa o Sangue Total para a obtenção de hemocomponentes, deverão realizar um controle de qualidade sistemático dos componentes sanguíneos que produzirem.
O Laboratório de Controle de Qualidade de Hemocomponentes do HEMOCENTRO visa garantir a qualidade dos componentes sanguíneos obtidos através do processamento de fracionamento do sangue total, bem como das modificações produzidas através de:
1. Elaboração e execução de protocolos de estudos para avaliação e validação de novos processos, insumos, tecnologias e equipamentos necessários;
2. Inspeção e controle de produtos novos a serem adquiridos;
3. Controle e descarte de produtos não-conformes.
Para isso realiza:

Exames hematológicos: dosagem de hematócrito, hemoglobina (manual ou em equipamentos hematológicos automatizados),
contagem de plaquetas, leucócitos ou hemácias em câmara de contagem manual (hemocitômetros);
Testes microbiológicos (hemocultura) e quando necessário identificação bacteriana;
Dosagem de pH automatizado ou em fita universal medidora de pH;
Realização de testes bioquímicos.

4. Verifica sistematicamente os aparelhos a serem utilizados nas análises, ajustando-os e calibrando-os, quando necessário, a fim de garantir seu perfeito funcionamento e a qualidade dos resultados;
5. Efetua os registros necessários para controle dos exames realizados;
6. Realiza estudos relacionados com sua área de atuação;
7. Elaborara pareceres, informes técnicos e relatórios, fazendo observações e sugerindo medidas para implantação, desenvolvimento e aperfeiçoando de atividades em sua área de atuação;
8. Participa das atividades administrativas, de controle e de apoio referentes à sua área de atuação;
9. Desenvolve atividades de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal técnico e auxiliar, realizando-os em serviço ou ministrando aulas e palestras, a fim de contribuir para o desenvolvimento qualitativo dos recursos humanos em sua área de atuação;
10. Participa dos grupos de trabalho e/ou reuniões, realizando estudos, emitindo pareceres ou fazendo exposições sobre situações e/ou problemas identificados, opinando, oferecendo sugestões, revisando e discutindo trabalhos técnicos-científicos, para fins de formulação de diretrizes na rotina do LCQ de Hemocomponentes.
11. Participa de programas de Ensaios de Proficiência, também conhecido como controle de qualidade externo, ferramenta eficaz para determinação do desempenho analítico do laboratório. É um elemento fundamental para a garantia da qualidade do laboratório, assegurando a comparabilidade dos resultados com outros laboratórios o que permite avaliar o seu desempenho em longo prazo.

O Laboratório de Sorologia é responsável pela triagem sorológica das amostras de doadores de sangue da Instituição para a detecção de doenças transmissíveis pelo sangue. Conforme a legislação vigente, os parâmetros testados são:

– Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV I/II);
– Vírus Linfotrópico Humano (HTLV I/II);
– Hepatite C (HCV);
– Hepatite B (Anti-HBc e HBsAg);
– Sífilis e
– Doença de Chagas.

Os setores deste ambulatório desenvolvem atividades de recepção dos pacientes, coletas de exames laboratoriais, exames de diagnóstico, consulta médica, consulta de enfermagem com a participação da equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogo, assistente social e farmacêutico) e administração de quimioterapia.

Atende pacientes que necessitem, periodicamente, submeter-se à transfusão de hemocomponentes (hemácias e plaquetas) e que apresentem condições clínicas para realizar esses procedimentos em regime ambulatorial.

A transfusão de componentes do sangue é uma forma de tratamento através da qual é infundido, por via endovenosa, um tipo de componente sanguíneo, para tratar uma condição clínica específica. Pode ser considerada um tipo de transplante, pois o sangue
é um tecido líquido que contém antígenos e anticorpos que potencialmente podem provocar complicações no receptor.

Procedimento que consiste em retirar uma quantidade pré determinada do sangue do paciente, para controle de algumas doenças com excesso de ferro, como hemocromatose; e aumento dos glóbulos vermelhos do sangue (policitemias).