Médicos do Instituto do Coração de São Paulo (INCOR) estiveram no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília – HCFAMEMA, trazidos pela FAB (Força Aérea Brasileira), para realizar a primeira captação de pulmão deste ano no hospital.
O doador de órgãos era um paciente que estava hospitalizado no HCFAMEMA e, apesar de todo o esforço da equipe médica, não resistiu e teve morte encefálica confirmada.
Ele havia manifestado em vida aos seus familiares o desejo de ser um doador de órgãos e tecidos e, quando a família foi entrevistada pela equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HCFAMEMA, os mesmos atenderam ao seu desejo. No total, seis vidas foram salvas com a doação de rins, fígado, pulmão e córneas.
Dr. Flávio Reis, médico do INCOR e responsável pela captação do pulmão no HCFAMEMA e também pelo transplante em São Paulo, explica que o pulmão é um dos órgãos mais sensíveis aos estresses naturais do potencial doador. “Para conseguir uma boa captação de pulmão, primeiro é preciso uma excelente equipe, como foi o caso aqui do HCFAMEMA,
que ao identificar o potencial doador, cuidou do paciente e acolheu a família. Sem essa ação assertiva da equipe, não há possibilidade do transplante de nenhum órgão”, comenta.
O médico explica ainda que a captação e o transplante de pulmão não são fáceis de conseguir, pois o doador deve ter um bom estado de saúde e a manutenção desse paciente deve ser feita de forma adequada, além da agilidade médica na captação deste órgão.
“A tomada de decisão de levar ou não o pulmão é muito difícil; é necessário avaliar bem o doador porque é comum o paciente ter pneumonia, ter sofrido algum trauma (acidente), ou então ter uma alta taxa tabágica (ser fumante), o que impede de ser doador. Nós somos muito criteriosos e precisamos avaliar rápido”, diz Dr. Flávio.
Outras equipes médicas realizaram a captação dos demais órgãos, porém, para preservação da identidade dos pacientes transplantados, não será divulgada a localidade para onde os órgãos foram encaminhados.
O HCFAMEMA ressalta que para ser doador de órgãos não é necessário deixar nada por escrito em nenhum documento, basta avisar os familiares de primeiro ou segundo grau (pai, filho, irmãos, avós, cônjuges), pois serão eles que assinarão o documento autorizando a doação dos órgãos e tecidos. É um gesto nobre, de amor ao próximo e a vida!