Neste mês é realizada a campanha “Fevereiro Laranja” com o propósito de conscientizar as pessoas sobre a leucemia e também sobre a importância da doação de medula óssea. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos desse câncer – para cada ano do triênio 2020-2022.
A leucemia é um câncer que acomete a medula óssea, ou seja, a produção de células sanguíneas são produzidas de forma incoordenada e sem controle de tal forma que impede a formação de células normais. É uma doença grave que se não tratada precoce e corretamente pode levar a óbito.
“É importante esta data para que haja conscientização da população e dos profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce, com foco nos sinais e sintomas suspeitos, para que o tratamento tenha sucesso”, enfatiza Dra. Doralice Marvulle Tan, Diretora Técnica do Departamento de Atenção à Saúde em Hemoterapia (DASHEMO), o Hemocentro do HCFAMEMA.
O diagnóstico é feito com base em:
– Quadro clínico: sintomas decorrentes da anemia (palidez, fraqueza, cansaço aos esforços físicos), alterações da coagulação sanguínea (sangramentos na pele, gengivas, narinas) e alterações na imunidade (infecção, febre, dores ósseas).
– Exames laboratoriais: hemograma completo para detectar alterações nos glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas; avaliação da medula óssea através de mielograma para detectar as células leucêmicas, chamadas de blastos.
– Ainda no exame da medula é realizada a imunofenotipagem que define o tipo de células acometidas e o tipo específico da leucemia, que pode ser Leucemia Linfóide Aguda ou Crônica, ou Leucemia Mielóide Aguda ou Crônica. As leucemias agudas são mais comuns nas crianças e as crônicas nos adultos, porém podem ocorrer em qualquer idade.
A partir do diagnóstico, o tratamento é realizado com quimioterapia e, em casos específicos, é associado o transplante de medula óssea. É importante fazer o cadastro de medula óssea no Redome (Registro de Doadores de Medula Óssea), pois isso possibilita que pessoas não aparentadas possam ser compatíveis com um paciente que está necessitando do transplante de medula óssea e que não tem doador na família. A possibilidade de encontrar um doador compatível na família é de 30% e isso constitui a maior dificuldade para o Transplante de Medula Óssea. Então, quanto maior o número de doadores cadastrados maior a chance de encontrar alguém compatível. Esta chance é de 1 em cada 100.000 indivíduos.
O cadastro pode ser feito no Hemocentro do HCFAMEMA, onde é coletada uma amostra de sangue e realizado exame de histocompatibilidade (HLA). Esses dados são cruzados com os receptores cadastrados no REREME (Registro de Receptores de Medula Óssea).
O doador deve ter entre 18 e 55 anos, ter boas condições de saúde e manter os dados atualizados junto ao Hemocentro, principalmente endereço e telefone para que possa ser localizado prontamente.
Durante o mês de fevereiro enfatizamos esta necessidade, porém deverá ser mantido durante o ano todo. Importante lembrar que hoje, 04 de fevereiro, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data coordenada pela UICC (União Internacional para o Controle do Câncer). Trata-se de uma campanha que busca aumento da conscientização e da educação sobre o câncer. A ênfase é dada ao diagnóstico precoce e à prevenção, como hábitos saudáveis de vida, dieta equilibrada, atividade física, combate à obesidade e ao tabagismo, além de exames preventivos periódicos. Ser doador de medula óssea e de sangue é um gesto de amor e cidadania que ajuda a salvar vidas.
*Colaboração: Dra. Doralice Marvulle Tan, Diretora Técnica do Departamento de Atenção à Saúde em Hemoterapia (DASHEMO), o Hemocentro do HCFAMEMA.