Neste mês é celebrado o Setembro Dourado em homenagem às crianças e jovens que enfrentam diariamente a luta contra o câncer. São pacientes que precisam de cuidados específicos devido à fragilidade de sua saúde.
Para atender suas necessidades, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília – HCFAMEMA, por meio do Departamento de Atenção à Saúde em Hemoterapia (DASHEMO), o Hemocentro, conta com um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON). Essa habilitação conferida ao HCFAMEMA também integra ainda a rede de hospitais que compõe o Sistema Nacional de Captação de Órgãos e Tecidos.
Por meio do Hemocentro, todos os dias são realizados atendimentos em Oncologia Pediátrica com serviços de Quimioterapia e Radioterapia via Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 25 crianças participam toda semana de atividades desenvolvidas para oferecer um atendimento cada vez mais humanizado às crianças e jovens portadores de doenças onco-hematológicas.
A unidade conta ainda com uma equipe multidisciplinar, como médicos, psicólogos, assistentes sociais, professores, farmacêuticos, recreadores, entre outros, para cuidar da saúde física e mental dos pacientes. De acordo com a psicóloga Silvana de Oliveira Cantu, esses pacientes são muitas vezes privados na rotina de suas vidas para o enfrentamento do tratamento, o que causa alterações emocionais significativas, como a depressão, angústia, medo e comprometimento da autoestima.
“É necessária a intervenção da equipe multidisciplinar para proporcionar aos pacientes recursos psicológicos fundamentais da saúde-doença, possibilitando melhor aderência ao tratamento, melhores condições de vida e cuidado humanizado. E tudo isso pode ser visto na vida de cada paciente atendido no hemocentro do HCFAMEMA”, explica a psicóloga.
Recentemente, colaboradores e pacientes realizaram atividades lúdicas para conscientizar às crianças, jovens, familiares e toda população sobre a importância do cuidado, atenção e carinho com os pacientes que enfrentam essa luta contra o câncer.
O HCFAMEMA apoia campanhas que busquem a conscientização sobre prevenção e controle do câncer, pois o diagnóstico precoce é a principal forma para o sucesso no tratamento com maior sobrevida e menores sequelas para os pacientes.
Você sabia?
O Setembro Dourado, iniciativa da Confederação Nacional das Instituições de apoio e assistência à criança e adolescente com câncer (CONIACC), têm como objetivo alertar para a importância do diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil, que é representado mundialmente pelo símbolo do Laço Dourado. O câncer na criança e no adolescente representa de 1 a 3% de todos os casos diagnosticados e, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA) há mais de 12.000 novos casos ao ano na faixa etária de zero a 19 anos.
O câncer infanto-juvenil, na maioria das vezes, se apresenta com sinais e sintomas inespecíficos, semelhantes a outras doenças comuns da infância. Tal dificuldade no diagnóstico faz com que muitos pacientes sejam encaminhados, aos CACON, em estágios avançados da doença oncológica.
Nas crianças e adolescentes os cânceres mais frequentes são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. Sabe-se que a identificação precoce desse grupo de doenças onco-hematológicas está intimamente ligada a melhores índices de cura e sobrevida e também a uma menor taxa de morti-morbidade. Nesse sentido, reforçar a responsabilidade de todos os profissionais de saúde envolvidos na detecção precoce do câncer, bem como ampliar o envolvimento da sociedade, com a difusão de conhecimento acerca do tema, tornam-se fundamentais. O conhecimento dos sinais e sintomas iniciais é o alvo principal dessa campanha.
Como identificar os possíveis sintomas?
Os familiares (principalmente os pais) e o pediatra geral devem estar conectados e atentos aos mínimos sinais e sintomas apresentados pelas crianças e adolescentes. Dentre os sinais e sintomas temos:
– palidez cutânea progressiva
-sangramento de mucosas (nariz, boca) ou manchas roxas pelo corpo, sem relação com traumas
– febre prolongada, perda de peso
– prostração, hipoatividade, fadiga persistente ou diminuição das atividades habituais (brincadeiras)
– vômitos e cefaléia persistentes
– alteração da marcha, do equilíbrio e da fala, perda de força muscular
– “caroços” ou “ínguas” em qualquer lugar do corpo com crescimento progressivo
– alteração da visão, estrabismo ou opacidade nos olhos em fotografias com flash
– dores ósseas, nas articulações e nas costas