A fisioterapeuta do Hemocentro de Marília, Vanessa Girotto Guedes, publicou um artigo na edição de setembro da Revista Científica Internacional “Haemophilia Journal”, principal periódico dedicado à ciência e informações sobre o atendimento intergral à hemofilia e outras coagulopatias hereditárias (doenças hemorrágicas).
Vanessa é doutoranda do curso de medicina da UFRJ (Radiologia), participa de grupos de estudos na área da hemofilia, adesão à medicamentos e saúde musculoesquelética na mesma faculdade e na FMB/UNESP. O recente artigo, publicado com os coautores Patrick Alexander Wachholz, Sylvia Thomas e Sergio Augusto Lopes Souza, divulgam os resultados obtidos no estudo transversal realizado com pacientes hemofílicos do Hemocentro.
“Acompanhamos a evolução da saúde articular (tratamentos para a manutenção da mobilidade física) dos nossos pacientes por dois anos, utilizando o instrumento de avaliação musculoesquelética indicado pela World Hemophilia Federation e pelo Ministério da Saúde, o Haemophilia Joint Healt Score (HJHS) . Embora seja o instrumento de avaliação clínica articular mais utilizado em países desenvolvidos, ainda não havia dados na literatura quanto à eficácia da sua aplicação em pacientes hemofílicos de países em desenvolvimento, como o Brasil, cujas realidades de tratamento são bem discrepantes àqueles países e apresentam condições musculoesqueléticas muito mais comprometidas. Foi quando tive o interesse em fazer essa análise e comparar nossos dados com dados de outros países e obtivemos resultados bastante interessantes”, declarou ela.
A fisioterapeuta conta que desde 2012 os pacientes brasileiros recebem o tratamento hematológico profilático (preventivo), que é o padrão-ouro para o tratamento da hemofilia, com garantia de cobertura universal pelo SUS. “A aquisição desse medicamento – que são os concentrados de fatores da coagulação – representa um investimento financeiro significativo do SUS, cujo principal objetivo é evitar a progressão das condições articulares dos pacientes para a artropatia hemofílica (que provoca atrofia muscular e dor crônica)”, conta Vanessa.
Em seu artigo, ela defende a necessidade da manutenção de medidas de fácil aplicação, como o HJHS, para que se possam acompanhar os efeitos desse tratamento na saúde articular dos pacientes hemofílicos.
Leia o artigo na íntegra (em inglês) pela internet: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/hae.14135?af=R