O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília – HCFAMEMA reforça o alerta da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), que chegou a emitir em nota no começo deste mês alertando aos pais e educadores sobre o perigo.
Para o neurologista e cirurgião do HCFAMEMA, Nilton Eduardo Guerreiro, a brincadeira de criança que começou a viralizar na Internet pode deixar uma pessoa tetraplégica ou até levar ao óbito. É a “brincadeira quebra-crânio” ou “desafio da rasteira”.
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) alerta que o “desafio”, que provoca uma queda brutal, pode causar lesões irreversíveis ao crânio e à coluna vertebral. “O impacto do crânio diretamente no solo, promove o fenômeno da aceleração/desaceleração do tecido nervoso, podendo provocar, sangramentos e até rompimento de fibras nervosas”, conta ele.
Segundo o especialista, a vítima pode ter a sua vida completamente comprometida, tanto do ponto de vista cognitivo, quanto motor, podento até mesmo levar ao óbito. De maneira bastante semelhante esse processo pode atingir a medula, deixando indivíduo tetraplégico (paralisado do pescoço para baixo).
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia afirma ainda que “o que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela “brincadeira” de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo. Deste modo, como sociedade, pais, filhos e amigos, devemos agir para interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas. Acompanhar e informar/educar sobre a gravidade dos fatos, pode ser a primeira linha de ação.”
Em novembro do ano passado, uma adolescente de 16 anos morreu em Mossoró, Oeste potiguar, depois de bater a cabeça enquanto participava da brincadeira. Embora tenha acontecido há três meses, a morte de Emanuela Medeiros se popularizou nesta semana. O caso da estudante, que sofreu traumatismo craniano em uma outra “brincadeira” perigosa, foi compartilhado nas redes sociais como um alerta para o perigo do “desafio quebra-crânio”
Um dos vídeos (abaixo) que viralizou foi gravado no colégio Santo Tomás de Aquino, em Caracas, na Venezuela. A escola confirmou o ocorrido e, em comunicado, afirmou que os alunos envolvidos e seus pais foram convocados para que pudessem tomar as medidas necessárias.